desculpas arranquei 1 dente

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a silhueta de dois gatos sobre as luzes da cidade
ofertar-se a noite
a rua como trajeto para a respiração

depois do fim os rumos continuam longe da gente
o desconhecido pediu 2 chopes 1 espetinho
caiu no chão do severo antes mesmo de terminar o prato
camisa velha 
chapéu de couro velho
par de sapatos velho
ceroula velha
se apagar abruptamente é uma forma de continuar

as horas lendo essa desculpa de alguém
que há I século evita viajar pro interior
você brecha a noite distante

seja luz
pra si

& enxerga agora que o sol já se pôs
enquanto aprendo o sabor do buriti
percorra o pavio
sem se preocupar com o que vem

na pior das hipóteses eu estarei aqui
bebo muita água pra ser atlântico

não esqueça de encher as formas de gelo
& nadar sem medo
quebrar a cara sem medo
dia a dia sem medo
qualquer coisa sem medo
certo como tudo será velho

partilho esta mente-coração
8 mil camadas pra que estejamos aqui
eu sei que eu não sou o que você imaginara
você também não é o que imagina
não tem jeito
viajar ao interior & encarar o rio lamacento
mesmo depois de 100 anos

charme ou gosto adquirido
não é tão divertido assim
se assenta devagar

você devia assistir 1 desses filmes cult coreanos
comigo
talvez não goste
ainda assim fica na cabeça

como essa noite

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